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Estudo coordenado pelo Professor Jorge Rocha contribuiu para desvendar a estrutura genética humana de África

  • Setembro 26, 2023
  • Sem categoria
Deserto do Namibe, no sudoeste de Angola | Créditos de imagem: Sandra Oliveira

Utilizando técnicas de decomposição da ancestralidade genética, uma equipa internacional de investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (BIOPOLIS-CIBIO) da Universidade do Porto, da Universidade de Berna, e do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, revelou que populações miscigenadas do deserto angolano do Namibe têm no seu genoma vestígios de uma linhagem ancestral profundamente divergente das outras linhagens conhecidas na nossa espécie. Este património genético único aproxima os investigadores de uma melhor compreensão da história da variação genética na África Austral, antes da disseminação da pastorícia e da agricultura naquela região.

Povoação Kuvale em Virei, província do Namibe, Angola | Créditos de imagem: Sandra Oliveira

A África é o berço da humanidade e o continente com o nível mais elevado de diversidade genética. Embora os estudos sobre DNA antigo revelem aspetos desconhecidos da estrutura genética de África antes da difusão da pastorícia e da agricultura, as dificuldades de preservação do material genético têm limitado a cobertura geográfica das investigações que recorrem àquele tipo de DNA.

Na esperança de encontrar traços de populações desaparecidas no património genético de populações modernas, investigadores do Laboratório Geminado luso-angolano do BIOPOLIS-CIBIO e do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) da Huíla,  aventuraram-se no deserto angolano do Namibe – uma região remota e multiétnica onde se encontram diferentes tradições. “Conseguimos localizar grupos que se pensava que tinham desaparecido há mais de 50 anos”, afirma Jorge Rocha, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e investigador do BIOPOLIS-CIBIO, que liderou o trabalho de campo, juntamente com os antropólogos angolanos Samuel e Teresa Aço, do Centro de Estudos do Deserto (CEDO).

Entre as comunidades que a equipa encontrou estão os Kwepe, um grupo de pastores que falava uma língua conhecida como Kwadi e que praticamente se extinguiu. “O Kwadi era uma língua com cliques que partilhava um antepassado comum com as línguas Khoe faladas por caçadores-recolectores e pastores em toda a África Austral”, explica Anne-Maria Fehn, linguista do BIOPOLIS-CIBIO que participou também no trabalho de campo e que conseguiu entrevistar aquelas que poderão ser as duas últimas falantes do Kwadi. “As línguas Khoe-Kwadi têm sido associadas a uma migração pré-histórica de pastores da África Oriental”, acrescenta Jorge Rocha, cuja investigação se centra na história das populações da África Austral.

Além disso, a equipa contactou grupos de língua Bantu que fazem parte da tradição pastoril dominante do sudoeste africano, bem como grupos marginalizados cujas origens têm sido associadas a uma tradição de caça e recolha distinta da dos povos vizinhos do Kalahari,  cuja língua original se terá perdido.

O estudo publicado hoje na revista Science Advances mostra que os habitantes do Namibe angolano são bastante divergentes de outras populações modernas, mas também são muito diferentes entre si. “De acordo com os nossos estudos anteriores sobre o DNA mitocondrial (de herança materna), as diferenças genéticas estão associadas a grupos com diferente estatuto socioeconómico. Deu-nos muito trabalho compreender até que ponto a variação local e excentricidade global do património genético do Namibe foram causadas por deriva genética – um processo aleatório que afeta desproporcionalmente pequenas populações – ou por miscigenação com populações desaparecidas” refere Sandra Oliveira, investigadora da Universidade de Berna (Suíça) que trabalhou com estas populações durante os seus estudos de doutoramento e pós-doutoramento orientados por Jorge Rocha e Mark Stoneking.

A equipa de investigadores demonstrou também que, para além do elevado impacto da deriva genética, que contribuiu para a divergência entre grupos vizinhos de estatuto socioeconómico diferente, os descendentes dos falantes de Kwadi, bem como outras comunidades marginalizadas do deserto do Namibe, preservam uma ancestralidade única, que só se encontra nas populações do daquele deserto.

“Estudos anteriores revelaram que os caçadores-recolectores do deserto do Kalahari descendem de uma população ancestral que se separou de todos os outros seres humanos. Os nossos resultados mostram que a linhagem do Namibe descende dessa população, mas separou-se das restantes linhagens da África Austral antes de estas se separarem umas das outras”, acrescenta Mark Stoneking do Instituto Max Planck.

Com esta nova informação, os investigadores também puderam reconstruir as histórias dos contactos entre populações que ocorreram aquando das migrações de pastores de línguas Khoe-Kwadi e de agricultores de línguas Bantu para a África Austral.

Este estudo mostra que a investigação de populações contemporâneas que habitam regiões pouco estudadas, com elevada diversidade etnolinguística, pode complementar os estudos de DNA antigo na reconstrução da estrutura genética profunda do continente africano.

As duas últimas falantes de Kwadi | Créditos de imagem: Jorge Rocha

Artigo original:

S. Oliveira, A.-M. Fehn, B. Amorim, M. Stoneking, J. Rocha, (2023). Genome wide variation in the Angolan Namib desert reveals unique Pre-Bantu ancestry. Science Advances.

DOI: http://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.adh3822

Contactos para mais informações:

– Jorge Rocha, BIOPOLIS-CIBIO, Universidade do Porto (E-mail: jrocha@cibio.up.pt)

– Sandra Oliveira, Universidade de Berna (E-mail: sroliveiraa@gmail.com)

– Anne-Maria Fehn, BIOPOLIS-CIBIO, Universidade do Porto (E-mail: afehn@cibio.up.pt)

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