Objetivo é criar ferramenta de diagnóstico precoce que permita avaliar a qualidade dos ecossistemas
Uma equipa de investigadores liderada por Olga Lage, docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), dedicou-se a recolher sedimentos no Estuário do Douro, no Cabedelo, onde as águas do rio se preparam para confluir com as do Atlântico que se anunciam logo à frente.
Os investigadores, em conjunto com a empresa Paralab, recolheram sedimentos de uma zona não poluída, para os contaminar depois, em laboratório, com metais e ver o que acontece à comunidade de microrganismos presente nesses sedimentos. Segundo a docente da FCUP, a equipa vai “testar diferentes concentrações de chumbo, arsénio, zinco e cobre, metais que encontramos em grande quantidade num outro local do Rio Douro”.
Estes trabalhos, inseridos no projeto BIOMIC, financiado pelo programa europeu Interreg Sudoe, e que agrega equipas de investigadores de Portugal, Espanha e França têm como principal objetivo criar uma ferramenta de diagnóstico precoce que permita avaliar a qualidade dos ecossistemas em ambientes aquáticos costeiros, cujo equilíbrio é cada vez mais ameaçado pelas alterações climáticas e pela intervenção humana. Olga Lage explica que os “milhares de microrganismos” presentes nas águas e sedimentos, “de bactérias a arqueias, microalgas, fungos e outros” são uma ajuda preciosa nesse sentido.
Até 2023 aponta-se que este projeto possa contribuir para a harmonização das estratégias de gestão e prevenção do risco para a preservação da biodiversidade nas zonas costeiras e de águas de transição na área de cooperação SUDOE (costa mediterrânica e atlântica: França, Espanha e Portugal).
Em território nacional, a equipa quer apresentar a ideia a entidades como a Agência Portuguesa do Ambiente ou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e também perceber o seu feedback e contributos relativamente a esta ferramenta.
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